O benefício que o advento dos implantes dentários trouxe para a população mundial é inquestionável. Há 49 anos no mundo, e há 25 anos no Brasil, os implantes vêm sendo utilizados como fixação de próteses dentárias. Em outros tempos, o paciente só poderia ser reabilitado com próteses removíveis – as conhecidas “dentaduras” (próteses totais) e “roachs” (próteses parciais removíveis). É importante salientar que os implantes dentários são como “raízes artificiais” e a prótese é o “dente” que será encaixado sobre a “raiz artificial”. Os implantes são feitos de titânio, que é um material biocompatível, ou seja, não é capaz de produzir reação imunológica ou de corpo estranho na pessoa (não pode haver rejeição – como muitos pacientes perguntam).
A Implantodontia é oriunda dos estudos do prof. Per-Ingvar Brånemark, na Suécia, a partir da década de 60. Nessa época, consistiu de uma alternativa para reabilitar pacientes desdentados totais (e limitando-se a tratar somente o arco inferior – a mandíbula). Essa possibilidade tornou-se real e foi um sucesso graças ao critério científico com o qual os profissionais encararam esse novo conhecimento em desenvolvimento. Porém, atualmente, apenas reabilitar um paciente com uma prótese fixa sobre-implantes, quer seja total, parcial ou unitária, não representa mais sucesso se outro fatores não forem considerados. A devolução da função mastigatória eficiente para o paciente é fundamental, mas com o avanço da ciência e com o próprio apelo estético da mídia, as pessoas, cada vez mais, buscam algo além do que apenas mastigar bem. Buscam um tratamento completo: querem mastigar bem, falar bem (falar sem que a prótese incomode), e um sorriso bonito… ou seja, querem se sentir bem.
A Implantodontia passou por uma fase onde todo o planejamento era apenas realizado pelo cirurgião que, depois de realizada a cirurgia, direcionava o paciente para um protesista “colocar o dente”. Essa foi a época dos maiores problemas estéticos em virtude da falta do planejamento reabilitador. Em seguida, a especialidade evoluiu para o Planejamento Reverso, quando começou-se a planejar a instalação dos implantes a partir do planejamento da prótese (“do dente”). Foi um grande avanço, o qual é utilizado até hoje, pois trata-se de uma especialidade reabilitadora, ou seja, os pacientes buscam o tratamento com implantes para terem “dentes fixos” (e nada mais coerente do que instalar esses implantes de acordo com a posição dos “futuros dentes”). Porém, a ciência evoluiu ainda mais, chegando ao ponto de se preocupar com todo o arranjo dos tecidos ao redor dos implantes. O cuidado com esses tecidos (tecidos periimplantares) passa pela manutenção ou obtenção da saúde periimplantar e vai até o estabelecimento do melhor contorno gengival.
Busca-se equalizar a posição da gengiva da prótese do implante com a dos dentes vizinhos, de maneira que fique o mais harmônico possível. A harmonia traz a beleza. Um dente artificial (prótese) fica bonito na boca ao parecer natural. E essa naturalidade depende de uma harmonização tanto do ponto de vista da prótese, quanto do ponto vista gengival / periodontal /periimplantar.
Não é possível obter-se excelência em um tratamento reabilitador por meio de implantes dentários se o profissional não se apropriar desses conceitos e aplicá-los agregando materiais de qualidade e uma técnica refinada. A Implantodontia é uma macro-especialidade complexa, que exige profissionais comprometidos, com excelente formação e ampla experiência clínica. Só assim o produto final para o cliente será uma experiência sem sofrimento e com muita satisfação pelo resultado de conforto, segurança, estética, função e com acompanhamento de sucesso a longo prazo. Esse é o nosso compromisso!
Raphael Cangussu
Cirurgião-Dentista – UFBA
Mestrando em Implantodontia – SLMandic/SP
Excelência em PerioImplantodontia – ImplantePerio/SP
Prof. Especialização em Implantodontia – NEOBA